ECOS
DE UM ENCONTRO DE AMOR
“Esta Live é incrivelmente universal e, ao
mesmo tempo, tão ‘da aldeia’. A verdadeira Educação é isso: uma aventura de
afeto, respeito e liberdade para criar.” - Cláudia Ribeiro Ferraz
“Pelo que entendi, a Escola Viva misturou
educação com cultura. Isso cria faíscas criadoras entre inovação e tradição,
passado e futuro, nunca e sempre. Isso é muito bom!” – Roberto Prado
Assim venho sentindo este período de Pandemia que
já se alarga em 8 meses... Mesmo sabendo que esta sensação de estar suspensa,
vivendo algo que esperamos que seja intervalar, este estado de espírito não é
exclusividade minha, porque as conversas com os amigos, cada vez mais
esporádicas e sempre à distância, me confirmam nossa afinidade em sentir dessa
forma o momento atual. A verdade é que venho ensaiando viver cada dia como
único. Foi imersa nessa (in)disposição que concluí minha dissertação de Mestrado
em Educação. Tardiamente, aos 70 anos, rendi-me à Academia e por sugestão de
uma professora, que veio a se tornar minha orientadora, escrevi sobre minha
formação, fazendo o que chamei de Inventariança, meu possível legado de
educadora. Vai daí, acordei recordações infindas e, consequência delas, surgiu o desejo de registrar, através
de uma Live, com minhas filhas, a história de uma escola que criei no passado e
se transformou, pouco a pouco em um centro cultural: o caminho da Escola Viva e
sua vocação de vir a ser o Centro Cultural Viva.
Assim,
no dia 22 de outubro passado, através do convite da Companhia Arteira, em uma
Live capitaneada pela Gabriela Ribas, aconteceu um encontro que ouso chamar de
memorável, cuja coroação se fará com este texto, trazendo a público a colaboração
que recebemos, por tantos anos, de incontáveis pessoas. Muitos desses parceiros
e parceiras, ao vivo, através do chat ou, logo em seguida, pelo WhatsApp, por
mensagem ou por email, trouxeram, com suas palavras de fé, sua energia pessoal,
para se somar à nossa. Esse momento de celebração de afinidades é fundamental
para a comprovação de que, no caminho da solidariedade, de compartilhamento, de
criação, de reinvenção, arriscando o novo pela constatação do imponderável, a
transmissão da esperança em um mundo mais justo é, sem dúvida, a melhor postura.
“A sabedoria de poder arriscar!!!”,
conforme comentou, no chat, Ivana Barradas, enquanto ouvia pela primeira vez
aquelas histórias.
Às
21h, quando Gabriela Ribas abriu a sala virtual, chamando a mim e a Camila
Prado para entrarmos em cena, já encontramos várias pessoas a nossa espera, em
uma atmosfera de desejo de estar junto, que se confirmou com uma grande
participação, ao vivo. Logo em minhas primeiras palavras, a emoção me tomou e
envolveu a todos. Contando a forma como a Escola Viva foi criada, em 1973,
evoquei pessoas queridas que não estão mais entre nós, mas que se fizeram
inesquecíveis. Não por esquecimento, mas por um lapso involuntário, deixei de
citar duas ex-alunas, que partiram cedo demais: Roberta Cury e Fernanda Meres. Seus
nomes ficam, pois, impressos agora, para que sua lembrança de espontaneidade e
doçura encontre, nas pessoas que as conheceram, seu lugar de ternura, o melhor
dos sentimentos. E entre os adultos que já partiram, deixei de nomear meu amigo
Lapu Barragat Maniaudet, professor de Filosofia do curso de Formação de
Professores, que também deixou saudade.
Da
mesma forma, omiti certos detalhes importantes, que preciso trazer aqui. Um
deles, a razão da Escola Viva ter recebido este nome. Na verdade, a inspiração
me foi dada por Narciso Bernardino, que era meu cunhado e que trabalhava na
Didacta, uma subsidiária da Editora José Olympio, que recebia materiais
didáticos - nacionais e importados - de excelente qualidade, para análise e
possível produção. Junto com muitas outras prendas valiosas, Narciso me trouxe
exemplares de uma revista que vinha sendo editada no Rio – chamada Escola Viva.
Refletimos sobre a oportunidade de usar aquele nome para a escola e, com esse
interesse, eu e Nélvia Sinedino Pinheiro, minha sócia daquela época, procuramos
a direção da revista e recebemos autorização para usar aquele título. Depois de
assistir à Live, Narciso me escreveu: “Hoje pude ver e ouvir com calma os
emocionantes depoimentos de você, Gabriela e Camila e relembrar todo aquele
tempo, com detalhes...da casa...do jardim... [referindo-se à primeira sede da
Escola Viva, dentro da nossa casa] e da emoção do início de tudo e depois,
distante, o de ter dado sempre muito certo.
Aliás acho que você, onde põe a mão, faz florescer o sucesso. Parabéns pelas filhas, por transformar a vida
de tanta gente... lindas vitórias sempre... Muita emoção e saudade, reitero que
foi emocionante ver e lembrar daqueles dias, daqueles lugares, das pessoas
enfim... Muitos beijos...”. Fica a
renovação da gratidão ao Narciso, de certa forma, junto com Regina - minha irmã
- padrinhos da Escola Viva.
Fomos,
pois, a primeira Escola Viva no Brasil e, por isso mesmo, dado ao sucesso que o
nome provocava e uma vez que a tal revista não existia mais, cheguei a registrá-lo
em Títulos e Patentes. Quando, anos mais
tarde, o Governo do Estado do Rio de
Janeiro lançou um programa educacional
com esse mesmo nome, pensei em reivindicar meu direito de propriedade da marca,
mas sendo informada de que seria uma causa provavelmente perdida (já que se
tratava de um programa de ensino público), abdiquei de meu direito de
exclusividade. Dali pra frente tive notícias de que surgiram outras escolas com
o mesmo nome, em vários pontos do país. Durante nossa Live, Sthellamaris Costa
Dantas, escrevendo à Camila Prado, trouxe notícias de que uma série de
inovações em educação, constantes de um programa governamental com este nome,
chegaram a ser implementadas no Ceará: “Na década de 90 participei de um curso
intensivo em Fortaleza para a aplicação de um projeto chamado ESCOLA VIVA, no
Estado do Ceará. Foram selecionados 14 professores da rede pública, divididos
entre redes estadual e municipal. Eu fui uma dessas pessoas. Entendi, ontem,
que esse projeto partiu de vocês. Um trabalho maravilhoso que se o poder
público tivesse abraçado, hoje os frutos seriam imensos. Eles até enviaram
materiais didáticos para as escolas. Chegamos a ver uma sala pra pôr espelhos e
trabalhar dança, vieram violões e outras coisas mais. Mas... a negligência foi
imensa e aos poucos perdemos tudo. Tenho uma lembrança desse lindo curso, meus
trabalhos, em parte, vieram da oportunidade que tive e dos companheiros de
LUTAS sindicais posteriores, nas quais também estiveram presentes. Nossa vida
profissional e humana jamais foi a mesma depois dessa experiência. Ela
despertou uma de nós a fazer curso de ARTES e hoje é doutora: nossa amiga
Cislania Brito. Pelo que vi, ontem,
trata-se do mesmo projeto... E você (Camila) tinha que fazer parte disso. Deus
abençoe a ti e tua família por todo AMOR que mantêm pelos nossos adolescentes e
pelo futuro que os espera. Sinta meu
abraço fraterno.” Também amigo da Camila e criador de um belo projeto de cinema,
em Juazeiro do Norte, Elvis Pinheiro escreveu para ela: “Amei ouvir você, sua
mãe, sua irmã! A Escola Viva é tudo o que há e devia ser espalhado pelo mundo!
Conheci através dos livros da Ana Mae Barbosa quando estudava sobre
arte-educação.” De maneira semelhante, a paraense Verônica Alencar, atualmente residente
em Lisboa, depois de assistir a Live, me enviou uma mensagem: “Que Live Viva!
Ameiii! Parabéns pelas filhas. Parabéns pela história. Se eu estivesse
assistido até o fim, ao vivo, teria falado que a Escola Viva foi estudo de caso
na Universidade Estadual do Pará – UEPA”. Enquanto o comentário da ex-aluna Ana
Cristina Accioly, confirma que, para além de uma instituição de ensino, nossa
Escola passou a ser uma ideia difundida, como sonhamos: “Eu acho que a Escola
Viva e o Centro Cultural Viva continuam na ativa, fazendo jus ao nome. Aqui,
pelas bandas do sertão de Alagoas, a gente continua fazendo Educação desse
jeito criativo, livre e rebelde”. Enquanto Joaquim de Paula, amigo antigo,
reconhece influências indiretas de nosso trabalho, ao escrever: “De alguma
forma, muita coisa de vocês foi passada para o início do Espaço Ativo, em
Itaipava, nos anos 90...”
Naquela
noite, ao ir lembrando o processo de formação da Escola Viva, fui recebendo
colaborações tão preciosas de ex-alunos, ex-professores e colaboradores,
antigas mães de crianças da escola, amigos e amigas, que a vontade era mesmo
poder responder imediatamente a cada colocação que ia sendo lida pela Gabriela,
que, além de ser uma das expositoras, fazia também as vezes de anfitriã. Ao ler o chat, dias depois, contei escritos de
mais de 90 pessoas (entre as quase 300, que assistiram ao vivo), algumas
aplaudindo desde o início:
Dodora
Pereira da Silva: Olha que lindo, mãe e filhas e a Educação... (e juntou uma
foto da Live, com a imagem de nós três compartilhando a tela).
Lúcia
Cardoso: Experiências lindas que estão compartilhando conosco. Parabéns Camila,
mãe e irmã admiráveis!
Maria
Dolores Coni Campos: Alô, Carlos Gracie! Augusto Pessoa! Estamos aqui rente
como pão quente, vibrando com Inez.
Monica
Horta: Também estou aqui!!! Parabéns!
Elisameli
Paiva Vilhena Leite: Que prazer estar aqui!
Janice
Fernandes: Boa noite! Que bom poder estar aqui com vocês!
...
e muitas outras, seguiram comentando o que ia sendo dito. O
mais interessante foi perceber conversas sendo construídas entre os
participantes, formando um texto paralelo, sobre os assuntos expostos,
confirmando, assim, que o tema principal pertence, em verdade, a todos nós.
Sobre
os fatos do passado, ex-alunos nos fizeram logo lembrar, por exemplo, os nomes
dos times em que a Escola se dividia durante as Olimpíadas Internas:
Ana
Cristina Accioly: Galo de Briga e Gato a Jato... Não esqueço disso NUNCAAAAAA!!!
Leonardo
Ávilla: Gato a Jato e Galo de Briga! Saudades!
Luciana
Kaulino: Eu era Gato a Jato.
O
que trouxe imediatamente uma antiga professora para a conversa:
Eliana
Souza Araújo: Leonardo Ávilla! Eu lembro dessas Olimpíadas!! Gato a Jato e Galo
de Briga.
E
provocou a curiosidade de quem só conhecia a Escola Viva de nome...
Elizabeth
Lospenato: O que era Gato a Jato??? E o
Galo de Briga?
... fazendo com que a alusão à oportunidade de
promover jogos olímpicos, em que os estudantes eram estimulados a superar seus
próprios limites, ao invés de valorizar a competição, trouxesse observações
como a das ex-alunas Luciana Vilhena: “Competir com seus próprios limiares é
maravilhoso. Outra forma de se relacionar com o esporte e com a vida!”, e Roberta Ebert: “O concurso dos desenhos das
camisas!”, referindo-se à criação não só dos nomes dos dois times, mas também das
imagens feitas pelos alunos, com que as camisas eram estampadas. Tal entusiasmo
tanto provocou a admiração de Carmen Nora Dias, amiga dos tempos do Centro
Cultural e professora de Artes, que ouvia aquela história pela primeira vez: “Muito legal esses nomes dos times da
escola!!!”, como acabou trazendo de volta a paródia criada pelos estudantes,
para as torcidas dos jogos intercolegiais. Luiz Eduardo Accioly: “Pluct, Plact,
Zoom! O Viva faturou mais um!!!!”
A
conversa toda confirma o que escreveu o Carlos Gracie: “Sim, uma lembrança puxa
outra...” ao se referir à proposta que fiz, naquele dia, de que o livro sobre a
Escola Viva, que sempre me é cobrado, seja escrito pelo grupo. A ideia recebeu
apoio imediato dos ex-alunos: Leonardo Ávilla: “Pode contar conosco!”, Demétrio
Barros: “Apoio a ideia!”, e se confirmou no P.S. da mensagem do Eduardo Ayres
da Motta: “Vou escrever a minha parte do livro”, juntando-se ao clamor da
ex-professora Vera Antoun: “Bora escrever!”, provocando imediatamente o
oferecimento generoso da amiga Cláudia Ribeiro Ferraz: “Me proponho a ajudar!”,
além do entusiasmo da Valdinha Barbosa: “Excelente ideia, Inez. Pra variar,
né?” e do apoio da Silvinha Janayna: “Acho maravilhosa a ideia do livro!!!”,
acrescentando “Transcreve as falas da Live” - o que gerou a ideia para esse
registro, que faço agora. Quando um dia a reunião desses textos vier à Luz, os
registros de imagens também serão contribuição de todos. Em 2005, num encontro
que realizamos nos jardins do Museu Imperial, distribuí entre os ex-alunos/as,
seus pais e mães e ex-professores/as presentes, as fotos colecionadas por 32
anos, com muito carinho. Leonardo Ávilla trouxe a lembrança: “: O re-encontro
no Museu Imperial, com a doação das fotos da época da Escola Viva, foi um dos
momentos mais marcantes da minha vida!”
Ao
tratarmos do tema competição, voltaram as recordações das Feiras de Ciências. Em
sua fala de intermediação, Gabriela Ribas (que, ao vivo, já havia se declarado
totalmente disposta a começar a escrever sua parte do livro), ao explicar como
eram as Feiras de Ciências, lembrou as etapas por que elas passavam: interna,
municipal e estadual. Mas fora Leonardo Ávilla quem iniciara o assunto,
declarando que ali, nas tais feiras, surgiu seu amor ao mundo científico, que
determinou sua carreira futura: “Participamos de Feiras de Ciências e eu nunca
mais saí da Ciência! Obrigado por tudo ESCOLA VIVA!” escreveu ele, continuando
mais adiante: “A final estadual da Feira de Ciências no Maracanãzinho! Foi a
primeira vez que viajei ao Rio de Janeiro. Lembro que ficamos em um apartamento
minúsculo, uma galera enorme, mas um carinho proporcional!”. Nesse ponto, não
pude evitar de recordar, e de compartilhar com os participantes, minha atuação
extremada na última Feira de Ciências promovida pelo Governo Estadual, quando,
como diretora da Escola Viva, desmascarei publicamente a premiação oficial, que
destacara uma escola que nem sequer estivera presente ao evento. Tomei
impulsivamente aquela atitude radical porque, embora tivéssemos sido premiados
e muito valorizados, eu não podia deixar que meus alunos julgassem que podíamos
ser cúmplices de uma falcatrua, compactuando com a desonestidade instituída.
Foi uma tomada de posição importante e hoje sei disso mais que nunca! Sim,
porque não é fácil ser coerente em uma sociedade onde “arranjos” se fazem sem o
menor escrúpulo. E nós sempre tivemos bem definidos os valores éticos com que
nos comprometemos. Dessa forma, fomos uma escola associada da Unesco, por
introduzirmos o respeito aos Direitos Humanos em nossa programação curricular e
nas atividades desenvolvidas, nas frequentes festas (Juninas, da Comunidade, do Um e do
Outro, do Saci, da Primavera) nos teatros, nas Feiras de livros, quando trazíamos
convidados especiais e propiciávamos aos
alunos contatos culturais maravilhosos, como eles mesmos lembraram:
Leonardo
Ávilla: “Uma festa linda da Escola Viva era no Dia do Folclore! (que chamávamos
de Festa do Saci). Que delícia era conhecer o Brasil sem sair da escola!” Ao
que Dodora Pereira da Silva, que escutava essas histórias pela primeira vez,
reconheceu nelas um rizoma: Agora dá pra entender porque a Camila tanto me
apoiou e incentivou para continuar escrevendo meus cordéis filosóficos...
Obrigada!
Mais
adiante, Leonardo Ávilla prosseguiu, dizendo: “Uma lembrança linda, que a
Escola Viva me proporcionou, foi ter entrevistado Carlos Drummond para uma
atividade! O grupo era eu, Aline Dunley e Flávia. Obrigado por tudo!” E, ao
saudarmos Joaquim d Paula, participantes da Live e um dos fundadores do inesquecível
Grupo Olá, Leonardo confirmou o valor do encontro com os artistas e
escritores durante as Feiras de Livro: “Eu ainda tenho o vinil do Grupo Olá,
que eles lançaram na Escola Viva, em uma das Feiras do Livro!” Desses momentos,
também falou com muita alegria, a Flávia Quintanilha, após assistir a Live:
“Lembro das feiras do livro. Eu achava o máximo e super sofisticado ter tanta
gente interessada em nos apresentar cultura. Lembro muito das visitas dos
índios. Uma coisa que me chocou também fora da escola, foi encontrar pessoas
que não conheciam histórias, mitos, músicas, palavras indígenas que nos eram
tão comuns.” E voltando ao tema das festas caipiras, ela atesta a forma
autêntica de fazê-la: “Lembro do pau de sebo altíssimo que botaram no campo na Festa
Junina!” Vanessa Prado mostrou também sua emoção, dizendo: “Que boas
lembranças!, comentário completado por um Emoji de carinha com olhos de coração”.
Já
Patrícia Ferreira de Souza Lima, lembrou nossa dedicação às atividades ligadas
ao teatro: “As peças em que participavam alunos de várias turmas. Me sentia
importante à beça. Era uma delícia!”, da mesma forma que a Luciana Vilhena: “Eu
amava as peças de teatro!!” e a Luciana Kaulino: “Sei até hoje as falas do meu
papel de raposa, na primeira peça da minha vida!” E ela trouxe também a história de um dos
jornaizinhos editados pelos alunos: “E o nosso jornal? Em Cima da Hora –
era o nome! Eu fazia a coluna de Beleza e hoje sou esteticista. Comentário que fez
com que Ana Cristina Accioly tomasse o mesmo rumo de lembrança, dizendo:
“Eitaaa... Eu também fiz o jornal!!!”. A Flávia Quintanilha trouxe o testemunho
do processo de uso da biblioteca a que todos os alunos tinham acesso contínuo:
“Lembro tantas coisas boas! Lembro da biblioteca na sede do Valparaíso. Toda
sexta-feira tinha que pegar um livro. Lembro de tantos livros que peguei lá pra
ler!” E o Eduardo Ayres da Motta, que vive na Suiça e em função do fuso horário
só teve acesso à gravação no dia seguinte, também enviou suas considerações: “Muitas
coisas que vocês contaram, pareciam tão lógicas e normais [à época], mas
percebo [agora] que eram muito especiais e ímpares. Como por exemplo todos os
tipos de crianças estudando juntas. Aonde existe isso? Feira de Ciências, a
cantina da Vó Creuza, as aulas de teatro (a gente chamava de dramatização, não
é?), jardinagem, as classes com poucos alunos... mil lembranças”. Com o que
concordam a Fabiana de França: “Que saudades...”, o Demétrio Barros: “Grande
dona Creuza!” e a Bee Campos: “Salve vó Creuza!!!”, lembrando os quitutes
amorosamente preparados pela avó da Escola, minha mãe, que cuidava de fazer
valer nosso princípio de que não fossem vendidos produtos industrializados como
alimento para os alunos.
Da
mesma forma que a Luciana Kaulino fez a ligação entre estágios informais e
formação profissional: “Eu ficava lá o dia todo! Ajudamos a pintar aquela casa
onde ficávamos no Estudo Dirigido! E depois de fazer o dever de casa, eu
ajudava no Maternal. Adorava ficar com os pequeninos” e a Flávia Quintanilha
confessou: “Lembro que eu era doida pra ficar maior e poder trabalhar de
ajudante!”, outras pessoas declararam o quanto a Escola Viva e o Centro
Cultural Viva foram importantes em sua iniciação profissional, como campos fecundos
de desenvolvimento de vocações, como o Leonardo Ávilla, ao dizer: “Hoje sou
biólogo, cientista. Será por quê?” e a Roberta Ebert: “Amava tanto a Escola que
nunca tive dúvida que era esse o caminho que queria seguir. Hoje, tenho a sorte
de poder passar um pouquinho do que vivi para as crianças da escola onde
trabalho.” Já a Patrícia Esteves de Lacerda, nos dá notícias do percurso de seu
irmão, (ambos ex-alunos da Escola, além do irmão, Robson), na mensagem que nos
enviou: “Muito legal! Estava assistindo com minha mãe e meu irmão
Rodrigo. Aliás o Rodrigo é um artista autoditada incrível!” Durante a Live, eu fizera
menção de gratidão a seu pai - Robson Lacerda - que me orientou a criar a
Associação sem fins lucrativos Centro Cultural Viva, em 1986!
Outros
depoimentos confirmaram o que eu declarara, ao contar que fazia parte de nossa
filosofia de trabalho apostar em profissionais iniciantes, que tivessem
interesse em se aproximar de nossa forma pioneira de trabalhar. Fátima Morgado
foi dizendo: “Meu primeiro emprego foi lá. Tudo iniciou lá!”. E Cynthia Thorno: “Meus primeiros passos como
psicóloga foram na Viva.” Em seguida, Deise Matos declarou: “Minha primeira experiência
em Educação foi na Escola Viva” e Luiz Fernando Hansen Gonçalves,
generosamente, personalizou em mim, o mérito que é, em verdade, da instituição:
“Devo a você, querida Inez, por ser professor!”, oferecendo à Patrícia Ferreira
de Souza Lima o ensejo para reconhecê-lo: “Eu era sua aluna, Luiz Fernando e da
Magali. Amava as aulas e vivia na biblioteca”.
Ana Cristina Accioly que, de aluna da Escola Viva, tornou-se funcionária
do Centro Cultural escreveu no chat: “Eu tambémm trabalheiiii! Meu primeiro
trabalho foi no Centro Cultural da Escola Viva. E eu tinha apenas 15 ou 16
anos. Acreditar nas crianças, nos adolescentes, também era o princípio da
Escola Viva”, e lembrou ainda o tempo em que, junto com Gabriela Ribas, atuara
como professora em uma instituição de benemerência: “Gabi!! Minha amiga e
primeira parceira nos caminhos da Arte e da Educação.”
Reconhecimento
aos professores não faltou nas postagens no chat: Luiz Eduardo Accioly, lembrou
das aulas de flauta: “Tia Adriana me ensinou flauta doce!!!!”, comentário que
motivou Patricia Ferreira de Souza Lima a dirigir-se à Adriana (que estava
participando da Live, também): “Adriana, já falamos de você aqui.” Aquelas
aulas também foram lembradas pela Flávia Quintanilha, que escreveu via
Facebook: “Eu fazia o integral só às quartas-feiras, com aulas de flauta com a
tia Adriana, que foi quem me ensinou a ler partitura”. E a Tininha – a professora que trabalhou
durante o maior número de anos na Escola - da qual eu já falara na hora das
saudades eternas, voltou a ser lembrada pela Roberta Ebert: “Inesquecível tia
Tininha!”, pela Luciana Vilhena: “Nossa! Tia Tininha!!!” e pela Maria de Fátima
Morgado: “Tininha! Gente bacana”. Também a saudade da Cacau – a professora
Maria do Carmo, do Maternal - mereceu uma exclamação amorosa da Luciana
Vilhena: “Cacau!!!!”. E vieram também saudações à ex-professora Begoña Javarez.
Do Leonardo Ávilla: “Como esquecer as aulas de Artes da tia Begoña?”, da
Luciana Vilhena: “Nossa! Tia Begoña. Lembro muito! (completando o registro com
um Emoji de coração), da Flávia Quintanilha, que escreveu, depois: “Lembro da
aula de jardinagem na Santos Dumont, em cima do morro, lembro da aula de artes
da tia Begoña, naquela sala maravilhosa, perto da piscina no Valparaíso, onde a
gente fez uns cartões com tinta a óleo, pingada na água. Lembro de uma excursão
à piscina de água natural, na casa dela”, completadas com a mensagem da própria
Begoña, vinda lá da Suiça, via Facebook: “Eu me sinto muito grata de ter
participado de essa linda história!” E a ex-professora Maria da Graça Gonçalves
de Canha também marcou sua presença, com carinho: “Estou aqui vivendo essas
lembranças deliciosas. Saudades de vocês”. Falamos da iniciativa da Vera Antoun
de implementar aulas de jardinagem, logo no início da Escola, o que foi
continuado pela Lucia Casoy e, mais adiante, ganhou o melhor professor que
podia haver: Seu Francisco - o jardineiro oficial da Escola - nosso grande
amigo. Luciana Kaulino acrescentou: “Tenho foto com Seu Francisco”.
As
aulas lembradas por mim, que enriqueciam
o currículo e que foram transformando pouco a pouco a Escola Viva em Centro
Cultural, despertaram nos ex-alunos, recordações prazerosas: “Lembro das aulas
e apresentações de balé” – escreveu a Flávia Quintanilha, e entre os
participantes da Live estava a Rosa Muller, uma das professores de balé que
enriqueceram o trabalho da Escola, vibrando com a gente: “Vivaaaa! Momentos de
magia. Muita magia nesse percurso (acrescentando emojis de bonequinhos com
beijos e pares de mãos aplaudindo)”. Leonardo Ávilla, voltou a colaborar: “As
aulas de Marcenaria, inesquecíveis! A excursão às cidades históricas de Minas
Gerais!” E professores que estiveram conosco nessa época, estavam ali,
participando dessa revivência. Como Paulo E. Diaz Rocha (que deu aulas de
circo) e Aldo Medeiros (que dava aulas de música) e nos saudou, dizendo: “Grande
alegria ver vocês e ouvir histórias tão lindas! Parabéns e cada vez mais
sucesso, sempre!”
A
mensagem da ex-aluna e parceira no Centro Cultural, Carla Valle Kahn, enviada da
França por email, sintetizou o espírito formativo de nosso trabalho: “As
palavras semente, amor, liberdade, criatividade, comprometimento foram usadas
durante a Live e elas representam pra mim muito dessas experiências que vocês
viveram e algumas das quais fiz parte. A liberdade - de expressão, de
tentar, de errar, de tentar de novo, de falar, rir, chorar, criar, desmanchar,
tão crucial para o desenvolvimento do caráter e para cada ser vivo. A
criatividade - que é alimento e generosidade quando ganha espaço, foi sempre
mostrada como algo que devemos cultivar, valorizar e ter na vida da
gente.”
Foi
assim que a explanação que eu ia fazendo, complementada e presentificada pela
conversa que se formava, encantou a quem nem chegou a conhecer a Escola Viva.
Cláudia Ribeiro Ferraz, uma jornalista pesquisadora na área de Educação,
enalteceu: “Que riqueza todas essas atividades!”, assim como Maria Dolores Cony
Campos, que só veio a participar anos depois, no Centro Cultural, já no Rio de
Janeiro: “Que experiência corajosa! Tinha que tomar conhecimento desta
história.” – disse ela. Ou o reconhecimento da ex-professora Maria da Graça
Canha, para Gabriela Ribas que, quando
professora iniciante, havia sido sua auxiliar de classe e confessara, em seu
momento de fala na Live, a admiração da aprendiz pela mestra: “Gabriela, me
lembro muito do seu primeiro Pré-CA”, prosseguindo: “Linda!!! Me emocionou
muito!!! Como rimos juntas, nós duas”.
Minha
narração seguiu, chegando ao ponto em que foi preciso contar como a Escola Viva
acabou, tendo sua continuidade no Centro Cultural Viva, que ainda sobreviveu
por 2 anos, em Petrópolis, representado pelas atividades do Centro de Estudos
de Psicanálise Viva. Nessa ocasião, meus dois filhos mais velhos já moravam no
Rio e, por fim, fomos todos. Por conta disso, o Centro Cultural teve suas
atividades paralisadas durante alguns anos, até que a Gabriela Ribas, minha
filha, que já era professora e universitária do curso de Teatro, resolveu
reabri-lo, com a criação do VivaMais – “um projeto de educadores sérios para
crianças fora de série”. Foi a própria Gabriela que narrou essa parte da
história, o que provocou que um novo grupo de participantes começasse a
expressar seus sentimentos em relação ao VivaMais e ao Educação Viva, os dois
projetos que fizeram ressurgir, na rua Goethe, em Botafogo, aquela chama que,
de fato, nunca se extinguiu. Maria Dolores Coni Campos logo a homenageou:
“Salve, Gabriela! Tu és muito arteira. [referindo-se à Companhia Arteira, um
dos segmentos do Centro Cultural Viva]. Eu lhe acompanho.”
Seguindo
a tradição de estimular a participação dos jovens no trabalho de Educação, o
Centro Cultural e o VivaMais mantiveram a mesma postura de abertura e o Carlos
Gracie atestou isso, logo rendendo homenagem: “Gabriela!!! Você foi minha
primeira coordenadora! Meu primeiro trabalho foi no VivaMais!” Luciana Quinet,
também escreveu sobre essa influência: “Gabi, acabo de assistir agora, na
madrugada, a Live de vocês. Linda!!!!
Amei. Que história bonita e rica! Não conhecia. Entendi sua construção. Éramos
tão novinhas e você já uma professora da prefeitura, depois o VivaMais... Você
tão firme, corajosa e responsável... Hoje entendi o processo de construção
disso. Quero te agradecer pelo meu primeiro trabalho remunerado. Trabalhava
três horas de segunda a sexta e você me pagava um salário mínimo. Valorizada
minha pequena colaboração para essa história tão bonita. E foi isso que vi hoje
na Live: a valorização verdadeira de cada parceria que passou pela Escola Viva.
Se hoje sou uma professora de Artes
Cênicas foi porque passei pelo VivaMais. Dali fui trabalhar com recreação
infantil indicada pela Taíssa, fiz a licenciatura e dois concursos para a
prefeitura do Rio. Como disse sua mãe tão cheia de emoção ‘a Escola Viva está
espalhada’. Vamos seguir adiante espalhando ainda mais!!!! Dê um beijo cheio de
afeto e gratidão na sua mãe amada e na linda Camila e um muito carinhoso e
saudoso em você (arrematando a mensagem com 10 Emojis: 3 corações, 3 carinhas
com beijo e 4 rosas)”. Ciça Ojuara, outra professora do VivaMais, trouxe seu
carinho às crianças: “Muitas lembranças. Por onde anda Elisa, meu bebê? E Ana
Beatriz, figuraça? Tenho até hoje uma escultura que a mãe do Guiga me deu e
muitas fotinhos dele. E sou grata pelo Endi, que fazia capoeira e estudo
dirigido.”
Ao
final de sua primeira fala, Gabriela Ribas contou sobre, como após alguns anos
de trabalho no VivaMais, tomou a decisão de sair do Rio de Janeiro, junto com
seu companheiro, Patrick Nogueira (o futuro fundador do Circo Viva), e ir viver
no interior do Estado do Rio, pesquisando Cultura Popular e de que forma o Viva Mais foi preservado graças à corajosa
decisão da Camila Prado de assumir a direção do trabalho. Então, chegou a vez
da Camila contar como foi o segundo período do VivaMais. Ela evocou os
companheiros com quem vivemos uma experiência de gestão compartilhada e as
transformações pelas quais o projeto foi passando, tornando-se cada vez mais um
espaço onde crianças de diferentes escolas (particulares e públicas), de diferentes
idades podiam se desenvolver, em grupo, com liberdade e segurança,
experienciando em múltiplas atividades o exercício de convivência fraterna, de
respeito e de estímulo. Quatro dos antigos parceiros se manifestaram
imediatamente:
Daniel
Toledo: Viva a vida viva! (emojis – coração, sol, arco-íris)
Carlos
Gracie: Camila, quantas lembranças boas!!! Saudades.
Luzia
de Mendonça: Viva! Gratidão por fazer parte dessa história e levar essas
sementes com muita alegria e arte.
Beatriz
Napolitani: Muito bom!
Enquanto
Camila falava do passado, a emoção das alunas que conquistou, no passar dos anos, como professora de
Filosofia na Universidade do Cariri, em
Juazeiro do Note, transbordava em comentários:
Dodora
Pereira da Silva: Camila, minha mestra iluminada...
Marilene
Lima: Camila... Minha inesquecível professora!
A
elas, se juntaram Ana Cristina Accioly, falando do aprendizado informal,
transmitido na convivência fecunda das relações de amizade: “Camila, a pessoa
que me fez vivenciar uma relação para mim impensável: Luiz Gonzaga e Nietzche” e
Tatiana Devos: “Emocionante tudo isso !!!!! “
Depois,
veio a hora de falarmos do projeto Educação Viva, criado em paralelo ao
VivaMais, que trouxe a experiência da educação intergeracional. Lembrando que,
ali, celebrávamos a entrada de cada estação do ano, interligando-as com as
datas populares tradicionais, em grandes festas na rua, reunindo a vizinhança e
muitos convidados, Camila contou que Maria Dolores Coni Campos, que participava
do Educação Viva, ofereceu às crianças os saberes, as músicas, as histórias
relativos às festas juninas e à festa de Cosme e Damião. “FESTAS LINDAS!”
comentou o Augusto Pessôa, que foi vice-presidente do Educação Viva, completando:
“Eu ainda tenho a quartinha do Fernando! [referindo-se à moringa que era o
ícone representativo do encontro sobre culturas populares que acontecia às
quartas-feiras]. Além da quartinha do Fernando, eu ainda tenho o Santo Antonio,
que eu fiz, com o oratório que o Daniel fez!” E lembrou mais: “Aprendi a fazer
o Barangandão com você, Dolores! E o nome da minha empresa é Barangandão!”. Ao
que Maria Dolores Coni Campos, acrescentou, já oferecendo a todos a receita: “BARANGANDÃO
ARCO ÍRIS, feito com uma folha de jornal, barbante e tiras coloridas de papel
crepon.”
Então,
o Augusto Pessôa foi trazendo outras histórias: “Festa de Cosme e Damião!” Ao
que a Maria da Graça Gonçalves de Canha, reagiu: “Festa do um e do outro” – já
existia na Escola.” Mas Augusto prosseguiu nas recordações: “O caruru da
Dolores! Fizemos um caruru enorme! Eu ajudei a fazer!” E, nesse ponto, surgiu
um diálogo muito engraçado, pelo chat. Dolores disse que fizera vatapá, mas Augusto
Pessôa insistia: “Foi caruru, Dolores!” Nesse ponto, eu me confundi com outra
ocasião em que, na Escola Viva, a vó Creuza fizera vatapá e afirmei,
equivocadamente, que Dolores fizera apenas caruru. Uma injustiça, preciso
confessar agora. E minha fala levou Augusto Pessôa a afirmar enfaticamente: “Caruru!
Isso, Inez!”. Maria Dolores Coni Campos (ainda tentou insistir, com todo
direito, já que estava certa): “Vatapá... eu pensei que eu tinha feito vatapá.
Mas adoro caruru. Viva, viva, viva!”. É claro que no dia seguinte, distanciada
da emoção, lembrei que na verdade, capitaneados pela Dolores, a baiana do
grupo, fizéramos caruru e vatapá, naquela noite, véspera de uma festa de rua
memorável. Tratei de telefonar-lhe e de me desculpar pela confusão. Mas o mais
importante acontecera: naquela conversa engraçada revivemos a emoção daquela
noite, que passamos todos preparando a festa que foi, afinal, um grande sucesso!
O
Educação Viva, que teve vida curta, uniu muitas pessoas, em torno de muitas
diferentes atividades. Augusto Pessôa desfiou parte da programação: “SAUDADES
DAS SEXTAS!”, com o que Vera Antoun concorda: “Muito boas, as sextas culturais!”
E Augusto volta pra lembrar os encontros de poesia: “ABRINDO GAVETAS! SAUDADES!”,
provocando em Carmen Nora Dias, as evocações gastronômicas: “Saudades das sopas
deliciosas da Inez, no Disse-me-Disse- Café-I-Cultura”. Vera Antoun
continua lembrando: “Fui lá algumas vezes. Muita contação de histórias.” Norma
Nogueira, afirmou: “Parabéns! Adorando! Foi no VIVAMAIS [Centro Cultura Viva]
em Botafogo, que fiz meu primeiro Encontro de Sanfoneiros e lá conheci pessoas
do meu querido Céu na Terra. Foram festas juninas maravilhosas, na rua”. Então Maria
Dolores Coni Campos homenageou o inesquecível Fernando Lébeis, presidente do
Educação Viva, que já tinha sido evocado muitas vezes: “Valeu, valeu, pega na
kalunga! Valeu, valeu, pega na kalunga! Valeu, valeu, pega na kalunga! Valeu,
valeu! VIVA VIVA VIVA! VALEU! - cantava assim, Fernando Lébeis, nos finais das
oficinas. Estamos juntos. Adorei participar.”
O
grupo de leitura e reflexão do livro Mulheres que correm com os lobos, coordenado
por mim, que existe até hoje e foi iniciado no Centro Cultural Viva, na rua
Goethe, também se fez representar por muitas lobas. Cecília Pretti
Asseff: “Participei do grupo das lobas na rua Goethe e de algumas fogueiras da
lua cheia” , Káthia Valéria Pereira Junqueira: “Sim, lobas sob a lua!” e Anne
Marie Devos, que, reverentemente chamou a mim e a minhas filhas de lobas,
também: “Amei assistir ao vivo as três lobas. Foi muito emocionante participar
de algumas estórias da Escola Viva e do Centro Cultural. Adorei conhecer a
Gabriela. Beijos carinhosos para as três.”
Por
fim, a Gabriela Ribas contou como hoje, cumprindo seu destino itinerante, o
Centro Cultural Viva segue com dois ramos de trabalho: a Companhia Arteira e o
Circo Viva, ambos com muitos prêmios e atuações que honram a origem que
tiveram. E fomos caminhando para o final da Live, imersas e revividas em
saudações, ouvindo:
Maria
Dolores Coni Campos: “Viva Centro Cultural continua e Viva, viva, viva!”
Anna
Margarida Lima e Silva: “Inez querida, emocionada de ouvir toda a história da
ESCOLA VIVA, das recordações mais que amorosas de todos nós, que fizemos essa
Escola tão especial. Beijo grande. Recordações emocionantes. Muito grata por
esse momento de nossa Escola Viva inesquecível! Viva, Viva, Viva. Vida longa
pra vocês! Beijo grande, meninas!”
Mirele
Furtado, ex-aluna que reside atualmente nos Estados Unidos, disse assim: “Parte
da minha vida!! Não pude participar da Live, mas adorei escutar, de vocês,
sobre a escola que me educou! Não só com livros, mas como ser. Viva a Vida!! (e
nos manda, por emojis, vários corações)”.
E
o Jorge Vivacqua, também ex-aluno, se manifestou: “Adorei o encontro!”
Já
a Bee Campos, que, muito justamente, havia sido citada mais de uma vez, porque
além de mãe de 3 alunos queridos, foi sempre muito participante. Ela esteve
conosco desde os primeiros tempos da Escola Viva, colaborou nos inícios do
Centro Cultural e veio se juntar ao Educação Viva. Ao final, confessou: “Foi muito bom reviver as
lembranças ...”
Luiz
Fernando Hansen Gonçalves: “Um grande prazer revê-las, depois de tanto tempo!
Muito obrigado! Beijos.”
Rosa
Guerra Peixe Muller: “Parabéns, muito orgulho!”
Tathiana
Treuffar (ex-aluna da Escola Viva): “Assisti ontem a Live de vocês e gostei
muito!!! Amei saber de tantas coisas que eu não sabia e relembrar outras que
vivi. Beijos nas três!”
Daniel
Toledo: “Estou aqui, assistindo e me emocionando tudo de novo. (Emoji de
coração vermelho). Acabei de ver o
vídeo. Muito emocionante!!!!! Ai que saudade!!!!”
Vera
Martins (amiga criada pelas afinidades da luta em defesa da Vida): “Eu agradeço
por ter participado de uma história tão linda. Eu vivi como se fosse parte
também integrada daquela história. Eu não perdi uma fala; eu participei de
tudo. Foi muito emocionante. Parecia para mim que eu também vivi tudo aquilo
com vocês. Eu senti orgulho de ter te conhecido já sentia antes passei a sentir
muito mais.”
Kira
Young, também uma das primeiras alunas da Escola Viva e que depois foi
professora de dança no Centro Cultural e preparou as crianças para uma
apresentação linda em uma festa do VivaMais, lembrada carinhosamente na Live pela
Camila, disse ao final: “Muito emocionante!
Muito emocionada.” E bradando pelo seu time de criança: “Gato a Jatoooo!!!”
Patrícia
Vianna (ex-professora e atual parceira na luta pelo respeito aos direitos
humanos): “Eu adorei o encontro! Quantas memórias! Aliás, algumas delas eu nem
lembrava. Eu me dei conta do quanto as minhas escolhas profissionais e pessoais
tiveram a ver com o que vivi e aprendi nessa época. Fico muito grata por ter
tido a oportunidade de vivenciar todo esse processo com vocês. (Emojis – 3
corações)”
Maria
da Graça Gonçalves de Canha: “Inez, já tinha ouvido você falar de muitas
histórias do início da escola. Comecei a te ouvir em 83 e continuei por um bom
tempo. Adorei reacender essas lembranças. Obrigada. Beijo.”
Vera
Antoun desenhou com Emojis sua mensagem final: 5 pares de mãos aplaudindo e carinha com olhos de coração.
Cynthia
Torno: “Escola Viva, sempre no meu coração. Ninho da Camille [sua filha mais
velha e um dos primeiros bebês da Creche-Escola Viva, cuidada por Vera Lucia do
Espírito Santo, que também esteve presente na Live].”
Carmen
Nora Dias: “Adorei a Live Inez!!! Pena que pelo momento confuso anterior da
minha vida, eu não pude participar de todo o tempo em que o Viva esteve na Rua
Goethe!!!”
Eliane
Flauzino [vizinha lá do Retiro, em Bom Jardim, onde, como Gabriela Ribas
contou, foi desenvolvido um projeto rural de Educação com as crianças locais]:
“Nossa!!! Assisti a Live e fiquei extremamente emocionada. Que história
maravilhosa! Obrigada por deixar as sementinhas desta experiência aqui [no
Retiro] também. (E juntou um Emoji de coração).
Augusto
Pessôa: “Inez! Que MARAVILHA!” E referindo-se a meu comentário de que não curto
Live... “Também não gosto de Live! Mas essa foi SENSACIONAL! SAUDADES E
GRATIDÃO!”
Dodora
Pereira da Silva (de lá do Cariri): “Lindo demais! As três juntas e a educação,
cultura, amor e VIDA!”
Edna
Bueno: “Fiquei encantada! Não conhecia a história da Escola Viva, que se tornou
Centro Cultural e itinerância e semente fértil. Que vivência maravilhosa! Em
muitos momentos, fiquei emocionada. Também tão bonita a tela com você no meio,
ladeada pelas duas filhas e parceiras.”
Gisela
Marques Pelizzoni: “Gabriela querida! Tô aqui ouvindo a Live da Inês, Camila e
sua dos começos do Centro Cultural Viva. Tô aqui chorando até de emoção... Quantas
memórias lindas!!! Sempre quis saber dessa história toda. Coisa mais
maravilhosa! (e fecha sua fala, nos presenteando com 3 Emojis de corações
vermelhos)”
Silvinha
Janayna: “Lindeza de experiência!!!! Vivaaaaaaaa!!!!
Vilma
Rodrigues – da Escola Barão Vermelho, em Belo Horizonte – “Nossa, amei conhecer
sua história e a Escola Viva! A gratidão
é minha. Te conhecer e te apresentar para minha turma [em uma participação
online que fiz recentemente, a seu convite, contando mitos para as crianças] foi
incrível. Beijos.”
Sandra
Senra: “Parabéns, querida Inez, por ter feito história, e por contá-la. Fiquei
muito emocionada. E parabéns a Gabriela e Camila, por serem manifestações bem
particulares dessa força.”
Cláudia
de Brito: “Encontro lindo. Parabéns!”
Marianne
Canella: “Ah, que LINDO Inez!!! Que trio de OURO!!!”
Valdinha
Barbosa, que também, como loba, fez parte do grupo de leitura: “Live
maravilhosa, Inês! Quanta emoção em tão linda caminhada. Muito obrigada pelo convite. Beijo grande pra vocês três. Saudades. Muito
carinho. (e nos deixou Emojis de mãos postas em gratidão, flores e coração).
Regina
Barragat, irmã do Lapu Barragat Maniaudet, escreveu no chat: “Boa noite!! Estou
emocionada, com toda essa história. Amei ver essas meninas!! Gratidão, amor e
carinho, eu tenho por você!! Beijos!!!”.
Foi Regina que me aproximou internauticamente de uma diretora de escola
de Botelhos, com quem venho desenvolvendo afinidades e que também assistiu a
Live e comentou:
Isa
Vilas Boas: “Emocionante seu relato, Maria Inez do Espírito Santo!!! Me vi
nele, não com todo sucesso da Escola VIVA, mas por conseguir realizar meu sonho
de ter uma escola diferente para meus filhos e, agora, para as crianças de
minha pequena cidade. Foi um prazer conhecer suas filhas. Histórias
maravilhosas e inspiradoras. Abraço forte, amiga!!! Realmente alguma descobri
nossa conectividade!!! Nesse momento tão delicado e difícil, que estamos
passando, essa Live está acendendo nova energia e força para continuar nossa
luta. Vamos sair dessa!!! Vamos vencer!!! Vai passar!!!”
Alberto
Centurião: “Muito bom conhecer essa história viva.”
Roberto
Prado: “Isso é que é vida, suas arteiras!”
Sylvio
Costa Filho e Pita Cavalcanti: “Estamos aqui. Grande abraço, Inez, Gabi e
Camila!!! Viva a Escola Viva!!!”
Ivana
Barradas: “Lindo de conhecer essas histórias! (Emojis de corações) Maravilha!
Faz bem ao coração sentir essa vibração e dedicação. Parabéns! Foi
emocionante!”
Ione
Prado: “Parabéns para as três corajosas batalhadoras pela educação! (Emojis - 3
pares de mãos aplaudindo)”
Laura
van Boekel: “Que maravilha!”
Káthia
Junqueira: “Querida Inez, que relato lindo, cheio de amor. Foi muito inspirador
e comovente. Amei ver você e as 2 mulheres maravilhosas que acompanham essa sua
jornada.. (junto com três Emojis de corações em alianças)”
Daniela
Santi (falando para Gabriela): “Ontem gostei muito de ouvir a linda história da
sua família na educação... Me fez ver de
onde vem toda a sua dedicação à arte e educação artística. Parabéns!”
Flavia
Machado Barradas: “Parabéns, Maria Inez. Assisti a Live e adorei a belíssima
história. Já estou no canal da Companhia Arteira.” E acrescentando Emojis de
carinhas com olhos de coração, nos mandou abraços.
Mônica
Paschoal que pode observar de bem perto um pouco dessa história. “Como amo essa
família!!! Vocês fazem parte da minha história. (emojis – 3 corações).”
Carinho endossado por seus pais, Elizabeth
Thereza e Paulo de Almeida: “O encontro de nossas vidas deixou marcas
indeléveis em nossas almas. Nossa eterna GRATIDÃO.”
Mirna
Portella: Que história incrível! Que mulheres maravilhosas! Por mais escolas
como a Escola Viva, com mulheres incríveis assim! Nossa! Muita coisa pra saber
de você. Muita história! Que lindeza.” Juntou um Emoji de carinha com olhos de
coração, e continuou: “Inez, você é uma revolucionária. Estou emocionada te
ouvindo. É isso. Quando se fala em inclusão, já se está afirmando a exclusão.”
Angela
Pecego, sempre generosa, deixou na mesma noite essa mensagem: “A m e i!!!!!
Parabéns, minha querida! Vou tentar falar amanhã com você. Hoje você já deve
estar exausta e é dia de estar e falar com o povo da Escola Viva, claro!!
Suuuper parabéns!! Mil beijos.”
Ana
Luiza Berredo: “Comovente, essa linda história de amor!!!
Anne
Marie Devos: “Que trabalho maravilhoso! Encantada de ver e ouvir vocês três
emocionadas e contando essa história maravilhosa. Três guerreiras!”
Elizabeth
Lospenato, que participou ativamente do Centro Cultural no tempo da rua Goethe,
enviou-me no dia seguinte esta mensagem: “Boa
noite, querida! Ontem fiquei emocionada ouvindo seu depoimento, mesmo não tendo
feito parte ou conhecido a Escola Viva. Foi muito emocionante mesmo. O Centro
Cultural Viva foi onde Dani teve seu primeiro trabalho também e o encontro com
vocês foi determinante na vida dele. Foi a partir daí que ele encontrou a ‘sua
turma’.”
Isabel
Freire (professora da Universidade de Lisboa): Linda Inez e sua história
educativa maravilhosa. Parabéns para si e suas filhas.
Pelo
WhatsApp chegou também a expressão de Sônia Dantas Magnani, mãe do Guigui, que
foi lembrado tanto por mim, como por alguns ex-alunos, com muito carinho: “Minha
Gratidão por sua família é eterna. GUILHERME foi a ponte, alicerce, vigas e uma
linda vista deslumbrante para as pessoas Especiais. Amei a Live! Lindas Gabriela e Camila. Obrigada por este
momento. Beijos”.
E
outras mensagens seguiram, confirmando o desejo comum por uma Educação Viva:
Maria
Antonieta D’Angelo (que foi mãe de aluno, no passado): “Queria muito uma Escola
Viva novamente. Seria o melhor presente que poderia dar para minha neta!”
Luciana
Vilhena (ex-aluna): “Como faz falta um modelo de escola como a Viva, ainda mais
em um momento como esse que estamos vivendo hoje, no Brasil.”
Joanna
Ribas: “Nossa! Hoje acordei muito em crise com a educação oferecida hoje pelas
escolas! Ouvir esses relatos está sendo muito inspirador!”
Edna
Bueno: “Ah, como queria ter frequentado a Escola Viva, ou ter meu filho na
Escola Viva! Que luz! Em tempo de desesperança, um alento assistir vocês: um
mundo melhor é possível, através do poder da criação. Gratíssima. Muitos
beijos! Meu carinho. (e Emojis de coração e trevo e de aplauso, completam o
comentário dessa amiga, enviado por mensagem)”
Ana
Cláudia Calomeni: “Eu nem estudei na escola, mas tô aqui aos prantos,
emocionadíssima!!!”
Daniel
Toledo: “A escola em que sempre quis estudar e com que aprendi muito, mesmo
depois de fechada!”
Demétrio
Barros: “Profunda gratidão por você, Inez, todos os professores e amigos. A
Escola Viva ainda vive em cada um de nós. O legado é incomensurável.”
Marly
Cruz: “A Escola Viva dentro de cada um que faz parte de sua construção. Muito obrigada a vocês por trazerem essa
história tão Viva, com tanta alegria. Renova a alma! Parabéns!!!! (Emojis – fogos, balão e
champagne). Parabéns pela Escola Viva, que ainda vive e resiste.”
Carla
Valle: “As sementes que foram plantadas com cada professor,
cada carinho, cada troca na escola e no centro, cada aprendizado, cada festa
:-) como elas dão frutos e continuam criando novas plantinhas.” E seguiu,
trazendo uma reflexão importante sobre o futuro: “Agora mais ainda, como adulta e mãe da
Luisa, vejo como esses princípios, valores e experiências, como as que tivemos,
são fundamentais na nossa evolução e participação da sociedade em que vivemos.
Na escola, em casa, nas relações, no trabalho e no lazer. Essas palavras cheias
de significados e por sorte nossa, referência de experiências positivas e
mágicas, permeiam as nossas vidas... Um desenho que se fez na minha
cabeça enquanto ouvia vocês lembrando e se emocionando foi o de uma árvore.
Essa educação rica e viva é como uma árvore. O tronco é um coletivo dos
colaboradores de mãos dadas em círculo (ou roda, como falamos), vocês, os
vários outros que participaram da construção e realização. Os galhos são todas
as pessoas, nós mesmas e todos os que se beneficiaram dessas experiências.
Esses galhos (pessoas) continuam dando continuidade à árvore, com as folhas,
novas galhos, frutos e mais: novas sementes. Vejam aí Davi, Lucia [que são
filhos da Gabriela Ribas e meus netos], os alunos da Camila, a Ana Cristina,
exemplos claros de "galhos" que estão dando origens à novas árvores,
seguindo muitos desses valores sobre os quais falaram. Eu me sinto nessa
também, um galho que migrou pro outro lado da poça, mas uso desses valores
sempre que posso, como amiga, mãe, filha, irmã, prima, sobrinha
e profissional. Obrigada às três e à Companhia Arteira por organizar e
compartilhar tantas lembranças gostosas e relevantes.”
E,
ao encerrarmos a Live, Ivana Barradas se despediu, no clima de esperança: “Boa
noite, queridas! Quantas sementes de amor e de coragem...”
No
dia seguinte, recebi a mensagem do Eduardo Ayres da Motta, um dos primeiros
alunos da Escola Viva, que atualmente vive na Suiça: “Obrigado. Obrigado por
tudo. Acordei bem cedo e antes de mais nada vi o vídeo inteiro. Fiquei bastante
emocionado em ter ouvido todas essas estórias que eu participei. Interessante
ouvir de um outro ponto de vista. Diferente do meu de criança e adolescente.
Legal também saber o que aconteceu depois, pois realmente não sabia. Mais penso
na minha formação, mais vejo o toque do Viva muito forte.”
Leonardo
Ávilla afirma: “O legado VIVA segue VIVO em cada um de nós!!!”, enquanto Patrícia
Ferreira de Souza Lima diz: “Não parou ainda... Estamos aqui! (emoji –
figurinha com coração na cabeça)”, e Adriana Corsini vaticina: “Continuando
sempre, com liberdade e alegria!”, ao que Joana Cés de Souza Dantas clama: “Viva!”
Ilustrando com o Emoji da flor, nosso símbolo de vida que sempre renasce.
Enfim, foi um encontro muito importante, não
tenho dúvida e por isso penso que vale a pena compartilhá-lo. Pra quem está
lendo este texto e não assistiu à Live, pelo link https://youtu.be/u4YpAHQiSDU é possível acompanhar
o processo a que me refiro. Talvez seja possível entender a imensa alegria que
todos sentimos, e que eu tento reproduzir ao trazer aqui, as palavras daqueles
que, antes ou agora, unindo-se à uma proposta de Vida, dispõem-se a expandir a
distribuição dessas sementes, por muitos espaços e tempos.
Deixei
de incluir aqui belas palavras de amor e admiração pessoais, que muitas pessoas
me enviaram, porque são muito pessoais, mas confesso que elas calaram fundo em
minha alma, trazendo-me alento e fortalecendo a confiança na força da amizade. Minha
eterna gratidão.
Maga das palavras, você conseguiu fazer o texto ficar ainda mais cativante que a conversa ao vivo na live! Isso é coisa de quem se envolve dos pés à cabeça e escreve com o coração! Adorei, Inez!
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